Para aqueles que acompanham o blog desde o início, já devem ter observado que tenho apenas 2 imagens sobre o modelo e não tinha qualquer referência sobre ele. O motivo para tal condição não foi desprezo nem repugnação, mas sim por se tratar de uma mosca branca nacional.
Para minha sorte, e de todos aqueles que ainda não conheciam, encontrei o blog VW 1600, o Zé do Caixão, do carioca Dudo. O cara é o feliz proprietário de uma das raras unidades de Zé que foram produzidas no ano de 1971, que encontra-se em processo de restauração e autor da página contém exclusivamente fotos destes Volks. O site serve de referência para consultas daqueles que procuram originalidade do modelo, resgata os áureos tempos da indústria automobilística nacional, mantendo imagens de acessórios, vídeos, fotos da época e reportagens. Entre estas, podemos destacar a que relata um encontro inusitado entre dois Zés, o veículo e o cineasta.
Sobre o veículo, podemos dizer que este Volks foi lançado em dezembro de 1968, no “VI Salão do Automóvel” em São Paulo, juntamente com seu grande rival: o Corcel. Durante os anos em que ficou no mercado, 1969 até 1971, chegaram a ser produzidas 24.475 unidades do modelo.
Um aspecto interessante na curta carreira do “4 portas” foi o apelido que ele ganhou. Devido ao seu formato retangular e a disposição de suas 4 maçanetas das portas lembrarem alças, sua imagem era assmelhada a de um ataúde. Na mesma época do lançamento do carro, o cineasta José Mojica Marins que já era conhecido pelo nome artístico de Zé do Caixão e havia lançado o filme "O estranho mundo de Zé do Caixão". Acredita-se que o público uniu ambos cenários e "batizou" o VW com esta singela alcunha. Coincidência ou não, o apelido pegou de tal maneira que o carro passou a ser mais conhecido por seu apelido do que por seu verdadeiro nome: VW 1600, que talvez soasse para muitos com pouca personalidade.
Tal denominação, “Zé do Caixão”, ainda que dada com simpatia por muitos, acabou tendo um sentido predominantemente pejorativo, contribuindo para abalar o prestígio do modelo junto ao mercado consumidor. Os motivos que levaram a Volkswagen a interromper a fabricação do VW 1600 4 portas são até hoje bastante controversos. Alguns lembram de um incêndio de grande proporções no pátio fabril VW em dezembro de 1970, que destruiu aproximadamente 30% de seu maquinário, enquanto outros consideram que as vendas aquém do esperado, devido à preferência do consumidor da época pelos automóveis de duas portas em relação aos de 4, que eram vistos como "carros de praça" (taxis), tenha sido o fator fundamental. Realmente tal cartegoria de profissionais aceitou de forma bem ampla o então repudiado Volks, pois o "notável" unia a robusta, confiante e barata mecâniva VW, às 4 entradas extremamente úteis ao tipo de serviço prestado. Ele foi o primeiro VW 4 portas fabricado no mundo e talvez tenha sido “o carro certo no momento errado”.
Quem quiser ver mais click AQUI ou poderá acompanhar as atualizaçãos através do "visite também" aqui do site.
Caso tenham gostado, comentem. Se não tiverem, também.
Abraços.
PS: Algumas partes do texto são de autoria de João A. Siciliano.
2 comentários:
Pô! valeu! o artigo ficou muito legal!
um abraço!
Dudo
Legal, acabei de adquirir o meu, ano 1969 de um colega ex-taxista, ficou anos parado, já que esse amigo taxista adquiriu um voyage e passou a utilizá-lo para o trabalho. Está muito bem conservado e por onde passo a galera observa com aquele olhar de admiração e curiosidade. Valeu, gostei do post!
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